O profissional moderno é plural, distinto, múltiplo e diverso. São adjetivos similares, porém não sinônimos. Isso colabora para a individualidade de cada um quando o assunto é cultura empresarial. A massa heterogênea de colaboradores instiga pesquisas com a finalidade de classificar e quantificar esses profissionais para que melhor sejam representados e geridos dentro de seus respectivos cargos. A Dell Technologies fez um levantamento com 10.500 respondentes, 400 deles brasileiros inclusive, sobre os diferentes níveis de aptidões trabalhistas e concluiu, através da análise dos dados, que eles são subdivididos em 4 categorias diferentes de acordo com seu perfil. Elas são:

  • Acelerados;
  • Estáveis;
  • Lentos;
  • Parados.

Num primeiro momento julga-se que claramente umas, (acelerados e estáveis), são superiores a outras. Mas essa percepção é errônea, afinal, não é uma competição. Cada categoria possui suas particularidades, e os profissionais que nelas se enquadram têm áreas em que excedem as expectativas, e outras em que deixam um pouco a desejar. O que é normal e esperado, cada um tem suas capacidades e ninguém é perfeito. O importante é destacar que essas divisões também não são imutáveis, fadadas a permanência. A migração de um grupo ao outro é possível, e acontece muitas vezes, dependendo do momento profissional e até pessoal, de cada um. Desse modo, vamos descobrir um pouco sobre as características das divisões e como líderes e gestores podem incentivar o que há de melhor em cada colaborador.

O que significam os diferentes níveis de aptidões trabalhistas

Se a questão é transformação digital, os profissionais se enquadram, segundo pesquisas, entre acelerados, estáveis, lentos e parados. Isso já estabelecemos. Mas quais são as características dos colaboradores enquadrados em cada categoria? Vamos descobrir. Os acelerados buscam inovação e são pioneiros em adotar ou promover mudanças tecnológicas. Os estáveis por sua vez, tem facilidade em aceitar e implementar tais mudanças. O lentos preferem observar as transformações, ao invés de agir sobre elas. Por último, os parados são ótimos para antecipar problemas mas bastante resistentes quanto a inovações tecnológicas.  A princípio, “há grande mérito e sabedoria em questionar uma ideia e reservar um tempo para aprender com os fracassos do passado”. Esse é um apontamento feito pelo próprio relatório, que faz muito sentido. O bom profissional questiona: a si mesmo, seus arredores, sua rotina, seus gestores… enfim, é crucial a participação ativa na própria vida. Viver e não apenas existir.

No mercado de trabalho então, é fundamental ser inquiridor, com respeito e convicção. Ponderar sobre determinado curso de ação, tomar o tempo necessário para elaborar um pensamento coerente e crítico antes de tomar uma decisão importante. O bom gestor vai saber dar espaço ao colaborador, e respeitar o tempo dele. Obviamente, prazos existem, e precisam ser cumpridos. Mas a rotina da empresa deve ser leve e engajada, para ser produtiva. Dessa forma, bom senso e empatia são essenciais para que colaboradores, independentemente da categoria na qual estejam inseridos, consigam prosperar.

Indo a fundo

O curioso é que, se quisermos ser bastante técnicos, conseguimos separar essas quatro classes em dois grandes grupos distintos:

  • Os considerados acelerados e estáveis, são perfis observadores de tendências. Eles anseiam por mudanças e procuram tornar cada dia único. Percebem suas atividades como parte integral de suas personalidades e identidades, desenvolvendo um forte senso de pertencimento à empresa. Procuram companhias que fazem uso da tecnologia para inovar e vencer obstáculos. Gostam de adquirir novos talentos e competências, e de ter um propósito e direcionamento de carreira.
  • Por outro lado, os lentos e parados são mais pragmáticos. Vêem o trabalho apenas como uma atividade onde entram e saem. Perdem o interesse rapidamente e não aderem ao conceito de “vestir a camisa da empresa”, afinal podem ser substituídos a qualquer momento e sabem disso. Portanto, escolhem não prejudicar a saúde mental em prol da produtividade extremada. Não são fãs de mudanças e necessitam de suporte e estímulo para mudarem hábitos e se comprometerem com o novo. Se o resultado é incerto, eles tem dificuldades em se envolver com projetos a longo prazo. Enfim, são profissionais mais tradicionais, menos arrojados, que prezam pela estabilidade e segurança ao invés da inovação.

Dá para notar que todos os perfis apresentam pontos positivos e negativos. Estes, por sua vez, devem ser trabalhados da melhor forma possível pelos gestores, a fim de lapidar os colaboradores e transformá-los nos melhores profissionais que possam ser.

Como se configuram os diferentes níveis de aptidões trabalhistas no Brasil?

Segundo dados apontados pela pesquisa, a maioria dos profissionais brasileiros se considera pertencente ao grupo dos estáveis (48,5%). Com 29,3% dos resultados, na sequência vem o grupo dos lentos. Esse panorama aponta para uma questão bastante interessante: o colaborador brasileiro está pronto para adotar novas tecnologias escolhidas pela empresa em que trabalha, ao mesmo tempo em que passivamente observa as transformações que essas tecnologias proporcionam. Profissionais de todos os perfis coexistem no ecossistema das organizações. Nessa conjuntura, uma estruturada gestão de atendimentos pode auxiliar na administração de todo esse pessoal. Além disso, Diego Puerta, presidente da Dell Technologies Brasil diz:

“Cabe às lideranças acender a chama em cada um deles e extrair o que há de melhor dessas pessoas.”

De qualquer maneira, se generalizarmos a questão, os colaboradores acelerados e estáveis são os mais propensos a inovar, por isso garantir a presença deles nas organizações é fundamental para aquelas que buscam criar uma cultura de criatividade e renovação. Claro que, parte-se da premissa de não se excluir ninguém baseado em suas características, afinal as pessoas são mutáveis e podem se adaptar a diferentes cenários de acordo com a necessidade. Uns terão mais facilidade para tal, outros necessitarão de uma aclimatação maior, mas descartar profissionais qualificados porque eles não se enquadram em pré-conceitos e suposições do que seriam “perfis eficientes e produtivos”, é uma falha grave de gestores e líderes. Denota despreparo e fraqueza. Exigem adaptação mas são incapazes de acomodar indivíduos de diferentes aptidões em uma mesma equipe.

Concluindo

É digno de nota que os limites entre as diferentes características e habilidades comportamentais é bastante tênue e poroso. O ser humano é intensamente impactado por suas próprias experiências de vida, como é de se esperar. Assim sendo, é natural que a predisposição a mudança se dê em graus diferentes de acordo com o momento vivido por cada um. Em certas ocasiões, segurança e estabilidade na carreira serão fatores determinantes para um profissional, em outras tantas, apostar no novo e no diferente será a decisão acertada. O importante é fomentar o espaço necessário para que o colaborador de qualquer aptidão se sinta confortável para experimentar e se transformar. E você que está lendo? Com qual categoria se identifica mais? E por que? Enquanto faz essa reflexão, aproveite para compartilhar esse post com quem está na dúvida sobre como se posicionar e se reconhecer no mercado de trabalho.